quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Entrevista com a Irmã Flávia Romeiro, FMA, Assessora da PJES sobre a SEMANA MISSIONÁRIA

Irmã Flávia Romeiro é Assessora da Pastoral de nosso Colégio e orienta a PJES (Pastoral da Juventude Estudantil Salesiana). Na proximidade de mais uma Semana de Missão ela fala sobre o trabalho que será realizado e sobre os valores que o norteiam.

COLÉGIO: Bom dia, Irmã. Gostaríamos que a senhora nos falasse um pouco sobre a Semana Missionária.
IR. FLÁVIA: Bom dia. A Semana Missionária é um evento marcante, esperado durante todo o ano pelos alunos membros da PJES. Neste ano ela acontecerá na cidade de Serra Azul, e será na quarta semana se julho, de 17 a 25. É um projeto de toda a nossa Comunidade Educativa do Auxiliadora e por isso é bem vinda a participação de todos através do apoio e sobretudo das orações. Preparada durante todo o primeiro semestre em nossos grupos de jovens do Colégio, há toda uma intensa formação cristã, moral e humana oferecida pela Assessoria de Pastoral, da qual participam comigo os professores Gilda [Educação Física]e Altierez [Ensino Religioso].

COLÉGIO: A senhora poderia nos falar sobre o que é a Semana Missionária para o jovem?
IR. FLÁVIA: Para uma compreensão do que é a Semana, pode-se tomar como ponto de observação sua definição tradicional, conhecida dos alunos membros: a Semana Missionária é feita por muitos encontros marcantes.
O primeiro encontro ocorre do jovem para consigo mesmo. Enfrentando situações novas, desafios e dificuldades, cada jovem é constantemente colocado à prova e nessa dinâmica vai cada vez mais conhecendo seus limites, suas potencialidades e sonhos para um mundo melhor.
O segundo encontro se dá entre o jovem e as pessoas, pelo qual ele realiza uma experiência de fé e amor com a Comunidade e aqueles que o acolhem. Por meio dessa proximidade estreitada pelos dias de convivência, laços de amizade e companheirismo são criados e fortalecidos em cada etapa.
O terceiro encontro resulta dos dois primeiros: da própria percepção do jovem como ser em relação, surge a necessidade da busca de sentido. De dentro da espiritualidade essa busca de sentido se converte em um mergulho em Deus.

COLÉGIO: Muitos alunos têm uma visão um pouco “diferente” do que seja a Semana Missionária...
IR. FLÁVIA: Sim, é comum encontrarmos pessoas que imaginam a Semana como algo relacionado a lazer, excursão, distração. A Semana Missionária não é alguma espécie de acampamento. Também não é uma distração coletiva ou alguma espécie de confraternização. E não é um tempo livre, uma brecha de escape do cotidiano. O jovem está na comunidade como “missionário”, ou seja, está lá como “enviado”, não por conta própria e nem por motivos próprios, mas em Nome de Jesus Cristo. Então o jovem tem a oportunidade de se encontrar com Jesus Cristo.

COLÉGIO: De forma geral o que os jovens fazem na Semana Missionária?
IR. FLÁVIA: Durante os dez dias em que ficamos juntos, o jovem convive com a Comunidade que acolhe, conhece pessoas, lugares, situações, visita casas e famílias, reza com as pessoas e faz, nas casas, a tradicional bênção do lar. Geralmente ficamos todos alojados em dois lugares comuns: um para os meninos e outro para as meninas. Toda a programação do dia é repleta de momentos comunitários nos quais realizamos as orações, liturgias, refeições e todas as atividades próprias da Semana, que buscam ir ao encontro das pessoas, mas de forma especial aos jovens e às crianças, conforme as intuições pedagógicas de Madre Mazzarello e Dom Bosco.

COLÉGIO: Então a Semana é um tempo muito rico para os jovens?
IR. FLÁVIA: Sim, e como! Atualmente todas as relações humanas passam a ser cada vez mais regidas pela lógica do lucro e aproveitamento ao invés da gratuidade e partilha... Vamos contra essa mentalidade especulativa e desumanizante em todos os sentidos. A Semana Missionária é um tempo em que os nossos jovens colocam-se generosamente à disposição do anúncio e testemunho de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Igreja e do Evangelho, sendo, por isso, canal da graça de Deus para as pessoas com as quais vamos nos encontrar. É um tempo de gratuidade e gratidão.
É importante apresentar aos jovens convidados para a Missão a perspectiva e a dinâmica muito claras de encontro-anúncio-testemunho-chamamento, que cada um deverá vivenciar. Esse “olhar diferente” está cada vez mais ofuscado para a juventude em geral. Ela é generosa, mas infelizmente atitudes estranhas acabam ganhando mais destaque que atitudes como essa, por isso temos que valorizar eventos como esse.

COLÉGIO: Irmã, o que se pede aos jovens que vão participar da Missão?
IR. FLÁVIA: Estar em paz consigo mesmo e com a família é uma condição essencial. Tão ou mais importante é manter uma vivência de fé autêntica, para que tudo o que for realizado pelo jovem seja realmente uma ação partida do coração e da própria vida, não algo sem respaldo interior, artificial. É com essas motivações de partilha, disponibilidade, gentileza, cuidado, amor e serviço que esperamos realizar este belo gesto de encontro e comunhão.

''Em todo jovem, há um ponto acessível ao bem e a primeira obrigação do educador é buscar esse ponto, essa corda sensível do coração, e tirar bom proveito''. [DOM BOSCO]

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